Muito se tem estudado no sentido de se tentar compreender o que se passa nas cabeças dos criminosos, a ponto de fazê-los cometer suas atrocidades. No entanto, nada de concreto se apurou até hoje, infelizmente. Dezenas de pesquisas são feitas, principalmente nos USA e na Europa, mormente junto a criminosos presos, com o intuito de compreendê-los, e de entender seus motivos. Nada se sabe de concreto, ainda. Essas pesquisas porém, revelam alguns fatos paralelos – e surpreendentes.
Mente assassina
Numa dessas enquetes, realizada numa penitenciária norte-americana, ao ser entrevistado um homem que tinha assassinado, à pauladas, uma velhinha, perguntou-se a ele o porquê daquela atrocidade. Ele, simplesmente, respondeu que tinha feito aquilo porque gostava de fazer aquilo e ponto. No mais, o indivíduo parecia uma pessoa absolutamente normal, como todas as outras. Esse homem fez o que fez porque tem uma mente assassina. Não são simples causas sócio-econômicas que o fizeram um assassino. Ao que tudo indica, ele nasceu assassino – e não precisou usar uma arma de fogo para cometer seu hediondo crime.
Todos nós conhecemos casos de indivíduos que, sem mais nem menos (ou sob pretextos absolutamente ridículos) assassinaram suas famílias, pais, irmãos, cônjuges e filhos – e que continuam achando que aquilo que fizeram deveria mesmo ter sido feito, e que se pudessem fariam novamente! Esses indivíduos têm mente assassina.
Isso nos leva a crer, óbvia e claramente, que nem todos os crimes são feitos em decorrência daquelas clássicas condições sociais e econômicas desfavoráveis, como muitos analistas – imbuídos de uma visão apenasmente sociológica/antropológica (e de esquerda) – insistem em afirmar quando colocam, publicamente, o problema perante a sociedade. É claro que muitos crimes (talvez até a maioria deles) sejam decorrentes de fatores daquele tipo, mas não todos. Para se “aliviar” uma pessoa de seus pertences, não se precisa, para tal, torturá-la até a morte, não é verdade? Quem o faz tem mente assassina.
A escola da mídia
No entanto, há outro fator que agrava todo esse quadro, acirrando, nas mentes já previamente com tendências assassinas, a crueldade com que são perpetrados certos crimes. A mídia, principalmente a televisiva, motivada por insinuações pólíticas de esquerda, insiste em apresentar as classes mais abastadas da sociedade como os grandes vilões do mundo, compostas por indivíduos sem caráter, e que vivem explorando de forma cruel e desonesta as pessoas das classes sociais mais baixas. As novelas mostram, mais do que claramente isso, quando atribuem todas as más qualidades aos personagens mais ricos e as boas qualidades aos mais pobres – de uma forma geral.
Ora, esses exemplos, todos os dias sendo martelados através dos lares de toda a sociedade, mormente nos de baixa renda, pelo fato de a televisão ser um dos poucos recursos de laser que essas pessoas têm, acaba fazendo com que um certo sentimento de ódio contra os mais ricos se difunda e se enraíze nas mentes mais fracas ou desprevinidas daqueles que se identificam com os personagens mais humildes das tramas e, quase que imperceptivelmente, incute em suas mentes um sentimento de ódio contra seus diferentes mais bem aquinhoados pela sorte econômica.
Por outro lado, vê-se também nas novelas, os personagens de maior estatura social quase sempre acabando como vitimas, sendo desmascarados ou sucumbindo, de uma forma ou de outra, aos personagens menos favorecidos, como consequência de seus “crimes” e maus comportamentos. Dessa forma, também nas classes mais abastadas difunde-se um sentimento de indignação e raiva, muitas vezes até pela falsidade e pela forma equivocada, propositadamente, com que as novelas interpretam as ações dos mais sortudos.
«Nos de mente assassina, esse sentimento de ódio pode se transformar, na sequência de um crime, em atitudes cruéis de vingança.»
Um simples roubo pode ser transformado num massacre sanguinário sem a menor razão de ser.
A glamourização do criminoso como tendo de ser mau e implacável ao extremo também contribui para a deformação das mentes, mormente dos mais jovens, que ainda não têm condições de avaliar, corretamente, o que é certo e o que é errado, o que é ficção e o que é realidade.
Os psicopatas
Muitos criminosos, principalmente certos homicidas, são classificados pelos psiquiatras como psicopatas, ou mais especificamente: psicopatas sociais. Psicopata, de uma forma geral, é um indivíduo que tem suas próprias leis, e para quem uma pessoa não representa nada, literalmente. Para um psicopata, uma pessoa humana é o mesmo que uma barata. O psicopata tem uma clara consciência de sua condição, mas não consegue evitar seus impulsos. Se para, na mente de um desses indivíduos, conseguir um cigarro ele precisar assassinar um bebê, ele o faz sem o menor constrangimento ou remorso. O cigarro, para ele, é mais importante que a criança.
Se um psicopata está do lado da lei ele pode se tornar um bom policial, frio e calculista, mas também um “cavalo corredor”, ou seja, um exterminador – muitas vezes membro de um grupo de extermínio. Se do outro lado da lei, … bem, … nesse caso, todos nós sabemos o que acontece!
Esses indivíduos, os psicopatas sociais, estão por aí, à solta, aos montes, impunemente, pois comportam-se socialmente dentro da mais absoluta normalidade. De repente, entretanto, são acometidos de sua ânsia assassina e saem à cata de vítimas. Contra esse elementos não há condição social e econômica, nem educação, que dê jeito, por mais perfeitas que sejam essas coisas. Contra esses elementos, nós temos que nos precaver por conta própria.
MASSACRE EM ESCOLA NO RIO DE JANEIRO
Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, responsável pelo ataque à Escola Municipal Tasso de Oliveira, nesta quinta-feira (7), em Realengo, na Zona Oeste do Rio, teve a casa toda periciada com a ajuda de dois irmãos dele, informou o
Jornal Nacional (
veja ao lado a reportagem, na íntegra).
O computador do jovem, principal peça de investigação, foi encontrado queimado. Segundo a polícia, ele tentou apagar as pistas.
A tragédia foi por volta das 8h30. Wellington entrou na escola e atirou em salas de aula lotadas. Segundo lista divulgada no início da noite, 12 crianças morreram. O atirador se matou, de acordo com a polícia (
saiba como foi a tragédia).
A perícia realizada nesta tarde achou a casa totalmente destruída: móveis e eletrodomésticos foram quebrados. A casa fica perto da escola.
Nos arquivos da polícia, não há nenhuma queixa contra Wellington.
Os investigadores querem saber como um rapaz sem antecedentes criminais sabia manusear as armas. Ele usou dois revólveres: um de calibre 38 e outro de calibre 32 e estava com muita munição num cinturão. Ele usava um equipamento chamado de "speedloader", um dispositivo que ajudava a recarregar as armas rapidamente, de uma vez só.
A polícia está tentando descobrir como Wellington conseguiu as armas. O revólver 38 está com a numeração raspada, o que dificulta o rastreamento. Os investigadores localizaram a origem da outra arma, de calibre 32. O dono dela já morreu. O filho dele prestou depoimento e disse que o revólver tinha sido roubado há quase 18 anos.
Professores e testemunhas do massacre também foram ouvidos nesta quinta-feira na Delegacia de Homicídios.
Perfil do atirador
Wellington, que era ex-aluno da escola, nunca apresentou problemas no colégio. Ele cursou o ensino fundamental de 1999 a 2002. De acordo com a Secretaria de Educação, era bom estudante e nunca repetiu de ano. Também não há registros de mau comportamento na sala de aula.
Wellington era filho adotivo, caçula de cinco irmãos. O pai morreu há cinco anos e a mãe, há dois anos. Em 2008, ele trabalhou no almoxarifado de uma fábrica de salsichas. O jovem pediu demissão em agosto do ano passado. Segundo funcionários, ele era um jovem de poucas palavras.
O rapaz, considerado estranho pelos vizinhos, morou com a família em uma casa, na mesma rua da escola, cenário do massacre.
"Sempre tímido, aquele mesmo comportamento calado, nunca foi de ter amizade. Uma vez ou outra jogava bola aqui, mas era muito difícil. De uns tempos para cá nem isso", contou a vizinha Vanessa Nascimento.
"Ele saía e não falava com ninguém: era de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Não falava com ninguém. Era ele no mundo dele", relatou outra vizinha.
"Só curtia internet, como falava. Ele ficava só na internet, mais nada", comentou o vizinho Fábio dos Santos.
Há 8 meses, Wellington se mudou para outra casa, em Sepetiba, também na Zona Oeste do Rio. O imóvel foi herança do pai.
Segundo os vizinhos, desde que se mudou para o local, Wellington nunca foi visto com amigos ou namoradas. Ele andava sempre de cabeça baixa, mal cumprimentava as pessoas e chamava atenção por uma barba enorme que raspou há cinco dias. Os vizinhos também contam que ele seguia uma rotina de segunda a segunda: saía cedo de casa, voltava no fim da tarde, comprava um refrigerante numa mercearia e entrava pelo portão para ficar a noite no computador.
Um comerciante, que conhece a família há muito tempo, diz que apesar do temperamento fechado, Wellington nunca demonstrou agressividade.
"Nunca vi comportamento nenhum irregular, entendeu. Nunca vi", disse Marcos Alves.
A última vez que ele foi visto na rua foi há dois dias
Atirador deixou uma carta
O atirador deixou uma carta. Nela, citou Jesus, Deus e traçou planos para o próprio funeral. O rapaz disse que os impuros não poderiam tocá-lo sem usar luvas. Ele afirmou que era virgem, pediu o banhassem e o envolvessem num lençol branco que ele teria deixado no prédio, numa bolsa. E que só depois fosse colocado no caixão e enterrado ao lado da sepultura da mãe. Wellington disse que gostaria que um fiel seguidor de Deus orasse pedindo o perdão de Deus pelo o que ele fez e pediu que Jesus o despertasse do sono da morte para a vida. Em nenhum momento, o criminoso explica os motivos dos disparos.
"Esse rapaz, infelizmente, não é diferente de tantos outros assassinos. Eles têm um histórico parecido, uma ação parecida, em geral, se suicida no final. São indivíduos de baixa autoestima, indivíduos que voltam pra agredir o que supostamente eles entenderam que é um grupo que os rejeitou ou os ameaçou, então eles fazem como uma revanche, uma vingança nesse local, planejam um ato espetaculoso, com muito armamento, e causam essas tragédias e infelizmente ganham notoriedade através disso", explicou Ilana Casoy, pós graduada em criminologia.
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